Burnout: O que significa?
O burnout é uma condição psicológica resultante de stress crónico e exaustão emocional, que ocorre principalmente no contexto de trabalho e estudantil, ou de exigências contínuas que são percecionadas como superiores aos recursos internos e externos que a pessoa dispõe. É caracterizado por uma sensação de desgaste, tanto física quanto emocional, perda de motivação, e uma redução significativa do desempenho.
Como diferenciar o burnout do stress pontual e/ou cansaço?

O burnout surge quando o stress pontual não é gerido adequadamente ao longo do tempo, e a pessoa entra num estado de sobrevivência, estado prolongado de alerta, luta ou fuga, levando à incapacidade de lidar eficazmente com as tarefas diárias.
Pode ter um impacto profundo tanto nas relações pessoais como profissionais, manifestando-se num decréscimo da qualidade de vida e com impacto a longo prazo na saúde mental e física, manifestando-se assim, através de sinais de cansaço/fadiga.
É bastante comum que sejam as pessoas ao redor ou que convivem diretamente com alguém em situação de burnout as primeiras a notar as mudanças comportamentais e emocionais. Isso decorre da cultura em que estamos inseridos, onde frequentemente há uma tendência para desvalorizar determinados sintomas físicos e psicológicos.
Muitas vezes, existe uma resistência em reconhecer o mal-estar, pois ele pode ser associado a crenças de fraqueza ou vulnerabilidade, que, por sua vez, não são bem aceites em muitos contextos laborais.
Esta pressão cultural para manter uma aparência de resiliência pode atrasar a procura de ajuda e a consciencialização de que existe um problema, agravando assim o quadro clínico.
Quais os sintomas?
Os sintomas de burnout manifestam-se em várias dimensões: física, emocional, cognitiva e comportamental. Alguns sinais comuns incluem:
- Exaustão física e mental: Sensação persistente de cansaço, mesmo após uma boa noite de sono ou repouso. A pessoa sente-se esgotada, sem energia para enfrentar as tarefas do dia.
- Despersonalização e distanciamento emocional: A pessoa pode começar a sentir-se emocionalmente desligada de seu trabalho ou das suas atividades diárias, desenvolvendo uma atitude hipercrítica, cínica ou indiferente em relação às tarefas e às pessoas à sua volta.
- Redução da eficácia e produtividade: Há uma perda significativa na capacidade de realizar as tarefas com a mesma eficiência e qualidade de antes. Pode haver dificuldade em concentrar-se, tomar decisões e cumprir prazos.
- Problemas físicos: Dores musculares, problemas digestivos, insónias, dores de cabeça frequentes, e sintomas relacionados ao stress crónico, como tensão e falta de ar, são comuns.
- Alterações de humor e estado emocional: A pessoa pode sentir-se mais irritável, ansiosa ou deprimida. Mudanças bruscas de humor, sensação de frustração, e falta de satisfação ou realização nas atividades que antes eram prazerosas são sinais claros.
- Isolamento social: A pessoa pode começar a evitar interações sociais, seja no trabalho ou em casa, preferindo o isolamento como uma forma de lidar com o cansaço e a frustração.
- Falta de realização pessoal: Um sentimento crescente de fracasso ou inutilidade, onde a pessoa sente que seus esforços não são reconhecidos ou valorizados, o que contribui para uma perda de autoestima.
Quais são as principais causas de burnout?
As causas de burnout são geralmente multifatoriais e envolvem tanto fatores organizacionais quanto individuais.
As principais incluem:
- Exigências excessivas e cargas de trabalho elevadas, ou seja, trabalhar longas horas, lidar com prazos apertados e responsabilidades. Em muitos casos, contribuem para que as pessoas sintam que nunca conseguem “acompanhar” ou concluir as tarefas adequadamente.
- Falta de autonomia, ausência de controlo sobre o próprio trabalho, decisões, ou a incapacidade de gerir o tempo e os recursos pode gerar uma sensação de impotência.
- Um ambiente de trabalho negativo, onde há pouca colaboração, falta de apoio entre colegas, competitividade excessiva, ou liderança desrespeitosa e autoritária, é um terreno fértil para o seu desenvolvimento.
- Desequilíbrio entre vida pessoal e profissional. Quando a pessoa não consegue equilibrar as responsabilidades do trabalho com a vida pessoal, o esgotamento é praticamente inevitável. A constante sobreposição de trabalho sobre os momentos de
descanso resulta numa falta de tempo para a recuperação física e mental. - A ausência de feedback positivo ou o reconhecimento pelo trabalho realizado pode fazer com que a pessoa se sinta desvalorizada, gerando frustração e desmotivação.
- Exigências internas de perfeccionismo, autoexigência elevada e medo de falhar.
O burnout não deve ser olhado como uma falha individual, mas sim, como sintoma de um sistema disfuncional.
A responsabilidade pela prevenção e sua redução é coletiva: individual, empresarial, societária, governativa e cultural.
Em caso de suspeita de burnout, entre, por favor, em contacto connosco.
Temos uma equipa de Psicologia e Psicoterapia do Adulto que a/o podem apoiar.




